domingo, 16 de setembro de 2012

Sobre os protestos no mundo árabe


As notícias sobre os acontecimentos no mundo árabe chegam-nos de todas as fontes, desde a internet, rádio, jornais até a Televisão. Em causa dos protestos está um vídeo na qual faz um mau retrato do profeta Maomé. Embora o vídeo não tenha qualidade para merecer um cartaz de cinema, ganhou interesse mundial a partir do momento em os muçulmanos saíram as ruas para manifestar o seu descontentamento com relação ao mesmo. Os protestos tiveram uma maior incidência em países tais como Líbia, Egípto, Tunísia, Yemen, Líbano e os quais resultaram na morte de um representante diplomata americano. 

Decidi fazer uma análise dos comentários publicados em jornais online em volto destas manifestações para então buscar os principais pontos de discussão em torno dos protestos. O objectivo final é compreender a natureza deste debate. 

O primeiro ponto a considerar é o facto de os protestos estarem a ser protagonizados por muçulmanos e destes terem reagido ao filme com extrema violência. Como consequência, há uma tendência de se associar a religião islâmica com a violência

Os fanáticos estão incomodados porque se fez 1 filme contra maóme e intreteem-se a espalhar violencia gratuita. Se o ocidente publicasse todas as semanas um filme idêntico, eles cansavam-se de correr atrás da sua própria ira. Até as vacas para eles são santas.” – filho do mé-mé

Os protestos direccionavam-se aos Estados Unidos da América, porque o filme foi produzido naquele país. Assim, o principal alvo dos protestantes eram as embaixadas e consulados norte-americanos. Mas há quem pensa que a razão dos protestos não é o filme em si. O filme nada mais foi do que um pretexto, na qual este foi mais uma gota acrescida para o transbordar da ira dos muçulmanos contra os EUA. 

You can't blame the people at there hatred towards America. This isn't just about a movie, this has been building up for all of atrocities America has done to middle east.” [Não culpem as pessoas pelo seu ódio contra a América. Os protestos pouco tem a ver com o filme, é sim o fim da paciência contra todas atrocidades que a América tem causado ao Médio Oriente.] – Sidon

Mas neste debate, ocorrem generalizações extrapoladas. Não se fala de um grupo de pessoas, fala-se de uma toda religião. 

If Islam is the religion of peace why are Muslims so violent?” [Se o islão é uma religião pacífica, porquê então os muçulmanos são tão violentos?] - Theartchive 

Assim, considera-se olhar estes actos como prática de um grupo e não de um todo.

Islam has been hijacked. Real Muslims do not behave this way. Only illiterate and impoverished savages are programmed by thugs are triggered like zombies.” [O islão está a ser desencaminhado. Verdadeiros muçulmanos não se comportam como estes. Somente analfabetos e selvagens empobrecidos são programados por bandidos a agir que nem zombies.]

Estes protestos ocorreram no norte de África, no médio oriente e outras partes da Ásia. O aspecto em comum é a crença. Isso espelha uma realidade inusitada: o islão não tem fronteiras geográficas. O sentimento é quase que comungado em diversas partes geográficas. Podemos sem dúvidas falar de uma Nação Islâmica.

Unfortunately, Moslems are very fanatical and sensitive about their religion. They need to wake up and realise they live in the 21st century not the 5th century!” [Infelizmente os muçulmanos são fanáticos e sensivos a sua religião. Eles precisam despertar e notar que eles vivem no século XXI e não no século V] – Tlas

Por fim, temos um lado político neste debate sobre os protestos. Pensa-se que a morte do embaixador americano na Líbia está ligado ao estado de caos  em que se encontram os países que recentemente  testemunharam a queda de regimes ditatoriais, e que a América é, no meio de tudo isto, o principal responsável pela onda de mal estar no médio oriente por querer implantar nessa região o seu modelo político de governação.  

Então, não são os teus amigos rebeldes da primavera árabe que esquartejaram o khadafi e querem fazer o mesmo na syria, estados laicos? eles não gostam nada dessa palavra ehehehe donde se infere que também não deves gostar loooool” – Decide-te lool

Assim, podemos considerar duas grandes dimensões no debate sobre os protestos que decorrem no médio oriente, nomeadamente a religião e a política. Destas dimensões, pode-se concluir que, de certo modo, as manifestações são vistas como a revelação do quão agarrados são os muçulmanos extremistas a sua religião o que faz com que a violência seja aceite na medida em que ela é usada para defender a sua fé. Mas no entanto, não se pode generalizar uma toda religião pelo acto de alguns. Chama-se igualmente atenção para o facto de não associar a política e a religião. Aquilo que numa perspectiva pode ser considerado como sendo um acto de carácter estritamente político, pode ser confundido com uma manifestação de carácter religioso. 

Tomás Queface


Referências
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2202606/Death-America-chant-protestors-storm-U-S-Embassy-Yemen-smashing-windows-pelting-offices-stones.html#ixzz26Xk0P3yx
http://www.naharnet.com/stories/en/53569-one-killed-25-wounded-in-tripoli-protest-against-anti-islam-film
http://uk.news.yahoo.com/million-man-protest-over-anti-islam-film-015135167.html
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2771047 
http://publico.pt/Mundo/embaixadas-alema-e-britanica-atacadas-no-sudao_1563032 

sábado, 21 de janeiro de 2012

O que significa imaginação sociológica?

O termo é da autoria do sociólogo americano Charles Wright MillsImaginação sociológica significa olhar para as coisas de uma maneira diferente daquela a que estamos habituados na vida quotidiana mas sim olharmos numa perspectiva mais vasta. Para compreendemos os nossos problemas pessoais, temos que nos situar num determinado período, num certo quadro histórico e numa determinada realidade social. A capacidade que temos em associar todos esses elementos e relacionar com o comportamento de um indivíduo Mills denomina de Imaginação sociológica. Uma outra característica atribuida por Mill é a de corresponder a capacidade de mudarmos a nossa perspectiva para uma nova, sempre na tentativa de conseguirmos uma visão total da sociedade e de todos os elementos que dela fazem parte. 

Esta é a primeira postura que um estudante de sociologia deve adquirir ao longo do curso e da sua carreira. Para adquirir a imaginação sociológica, o indivíduo deve abster-se de todas as noções que ele adquiriu ao longo da vida com relação a uma determinada coisa, e passar a vê-la como algo desconhecido, algo parecido com a noção de Coisa de Emilé Durkheim.

Hoje são muitas as crianças que ao chegarem na quinta classe apresentam enormes dificuldades de leitura e escrita. Muitos podem associar essa dificuldade a uma mera incapacidade mental dos alunos. Mas quando olhamos o mesmo fenómeno num plano mais amplo, podemos observar que o surgimento de novas tecnologias de informação como os telemóveis, computadores, internet reduzem o tempo que os alunos se dedicam nos estudos. Além disso, podemos ver que a medida do governo em reduzir o número de docentes licenciados nas escolas públicas e a contratação de docentes com o nível médio contribuiu significativamente para a baixa qualidade do ensino. Podemos ir mais ainda mais longe. Uma vez que o país depende de parcerias externas para o financiamento da educação no país, se se observar uma redução das verbas destinadas ao sector da educação pode trazer altas consequências para o ensino a nível nacional. Assim, um problema que parece ser apenas particular pode ser relacionado com os aspectos mais gerais da sociedade, aplicando a imaginação sociológica

quarta-feira, 4 de maio de 2011

This blog is alive

After four months without writing anything, this blog seems to be dead. But it's still alive. I just gave a break because I found new priorities in life. If I don't post anything here, it doesn't mean I stopped thinking. In contrary, I'm spending every single second trying to gain more knowledge. Knowledge is the only tool that I can use to guarantee my survival  I realize that I'm so ignorant in many aspects. To those friends who tell me to put this blog up-to-date, thank you for the effort you transmit to me. It will be a boost to keep this blog alive. I will try to bring more information, basing in my own experiences. And for those readers of this blog, I know they are few, please continue with your visits here. I will be very glad.

Thank you

Queface

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Are we still slaves?

We all know that slavery is the worst page of our history. This form of subjugation of one man by another happened in a time where the black man were seen as an instrument of work and he/she should have its owner. Two hundred years ago, slavery was abolished and the black man became free. He couldn't be bought or sold. After the end of slavery then colonialism emerged and once again the black man was in the hands of Europeans. Our antecedents bravery fought for their freedom against the same enemy, the white man. Their small continent were not enough, they wanted more land, more richness. But our people did not gave up fighting back against the strangers. And one day, they recognized that colonialism was not the best way to get what they really wanted. Then they gave us freedom again. That freedom was worthless. We apparently had the control of our own land, our resources and our lives. But we were unfree because our leaders weren't working for us, but to the colonizers.  Some call this phenomenon "Neocolonialism". A new way to control African people and its resources. And today we think that the gold mines in South Africa, the petrol extracted in Angola and Nigeria, the diamonds in Sierra Leon, the large extensive of land in Mozambique belong to the African people. The history tells us that we are constantly target of the strangers. The same people who proclaim the human rights are the same who made ours ancestors slave, facing all misery conditions when transported in the slave ships. They argued that slavery was against the human principles, but again, they launched colonialism and neocolonialism. The history tells us that we are not free. There is no freedom. The misery condition of life faced by our people throughout the continent cannot be justified when we have land to cultivate, mineral resources, when we have people to work, when we have natural reasons to get out of this situation. But first we have to admit that we are not free, but we are still slaves.

domingo, 7 de novembro de 2010

For the sake of our country lets ban Igreja Mundial and Universal

There are many evangelic churches in Mozambique that steal  money from our people in all possible ways . But Igreja Mundial do Poder de Deus and Igreja Universal do Reino de Deus are the most dangerous. Two different churches and one goal: Money. They use God's word to manipulate the people, misguiding them to their final destination. When we control someone's mind, then it's easy to control their body. That's exactly what they are doing. These two churches are growing faster due to their campaign on local radios and TVs. They assume that they have power to cure amputees, to stop sorcery and remove evil spirits. This is just a campaign to bring more people to their club in order to exploit them. Many will say that there's freedom of religion. But we have to open our eyes and see that what they are doing has nothing to do with God and religion. It's a new way of business. Someone should stop them. They should be banned of  their activity. We are repeating the same mistake we did before: giving them the permission to decide what we should and shouldn't do. We are now free and we can't accept this happen again because at the moment we close our eyes, they are taking our treasures and becoming our slaveholders.

sábado, 6 de novembro de 2010

My Introduction

My name is Tomás Queface. I'm the owner of this blog and this is my first post in English. The idea to start posting in English language is no recent. I had this idea in the beginning of the past year. But I was not confident about my English. The fear of making lots of mistakes was bigger than my desire of writing in this language. I know that everybody makes mistakes. And if we don't make mistakes we won't know the correct way of doing something.

I have been studying English since 2007. I enrolled in an English school and I also participated in many groups involving people who also wanted to learn and speak English like me. My last group was called "English Club". It's a group of people whose meetings take place in the United States Embassy in Maputo, capital of Mozambique.

Why I'm learning English? Well, I'm learning English first because I think Portuguese is a very limited language. Not for Brazilians and Portuguese people whom have access to many sources of information. So the first reason why I'm learning English is to get information. Every kind of knowledge that can enrich my intellect. And in the internet I can find a large range of  information that I need. Second, because I like to meet new people and new cultures. Thanks to English I've friends all over the world, from Egypt to Japan, US, UK, Ukraine, Iran, Cameron, etc.  Well, that's it for now. I'll comeback soon with another post. Thank you for reading it.